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Com ateno do Estado, aldeia indgena ganha colgio e refora cultura de etnias

Segunda-feira, 24 de março de 2014


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O novo prédio do Colégio Estadual Cacique Kofej, construído pelo Governo do Estado em São Jerônimo da Serra, além de ser um centro educacional, também ajuda na preservação da cultura indígena e une as etnias Caingangue, Guarani e Xetá num só espaço de convivência. 

“Nosso projeto é para que todas essas comunidades tenham, além da educação básica, a educação para jovens e adultos, e cursos para a comunidade”, afirmou o vice-governador e secretário estadual da Educação, Flávio Arns. 

Desde 2011, o Governo do Paraná já concluiu e entregou 11 escolas novas para as comunidades indígenas do estado. Com isso, o Paraná tem 36 escolas indígenas espalhadas em 26 municípios. Outras duas escolas estão sendo construídas em Inácio Martins, na região Centro-Sul, e na Ilha da Cotinga, no Litoral. A construção das 13 escolas soma um investimento de R$ 19 milhões. 

SÃO JERÔNIMO DA SERRA - Localizada na própria aldeia, o Colégio Estadual Cacique Kofej já existe há anos, mas funcionava em um prédio antigo e desconfortável, que já tinha alguns problemas de estrutura e era pequeno para os 341 alunos matriculados. 

No ano passado, o governo construiu um prédio novo, com novas salas, biblioteca, cozinha, área coberta e pátio, para que possam ser realizadas as Mostras Pedagógicas e Culturais, evento que acontece há 4 anos e tem importante função de unir as etnias e integrar os índios com a população da região. 

“A escola é o coração da aldeia. Além de deixarmos as portas abertas para cursos e palestras, também recebemos as lideranças, os caciques, os pais de alunos e a comunidade quando temos as mostras”, conta a professora de matemática Alline Gonçalves Proença Gomes, que há dois anos se tornou diretora do colégio. 

Além do prédio, o colégio recebeu novo mobiliário escolar com carteiras e cadeiras para os alunos. “Também pudemos comprar cortinas para as salas de aula, quadros novos, data show, jogos pedagógicos e até uma máquina de cortar grama”, comemora a diretora Alline. 

O vice-cacique caingangue Ademir da Silva Fidencio conta que com uma estrutura maior a aldeia tem possibilidade de educar todos os jovens e adultos, não precisando mandar seus integrantes para outros colégios. “Agora temos a capacidade de agregar mais alunos que estudavam fora da aldeia e eles têm o privilégio de ter um ensino de qualidade aqui dentro da comunidade”, afirmou. 

Para o vice-cacique guarani José Moraes, a escola nova trouxe mais conforto para os alunos e por isto toda a comunidade ajuda a mantê-la. “Nós temos a melhor escola do município, com um espaço amplo para a educação, por isso todos cuidam dela com muito carinho”, afirmou. 

A professora Lucianilda Maria Rodrigues, que foi criada numa aldeia vizinha e agora ministra aulas de alfabetização para os alunos mais novos, conta que o novo colégio refletiu na melhoria da educação. “O antigo prédio era quente e não tínhamos áreas cobertas e com sombra. Além disso, quando chovia, tínhamos problemas com goteiras”, disse. “Agora temos ventilador, quadros novos uma cozinha maior, isto é, muito mais conforto, o que ajuda na hora de educar”. 

CULTURA – Além das mostras anuais, que ajudam na valorização e reconhecimento da cultura indígena com artesanato, comidas típicas e danças e cantos folclóricos, os alunos também têm aulas de Guarani, ministradas por professores da própria comunidade, como é o caso do aluno e professor Marcelo Uchavera Vargas. 

Marcelo, que cursa no período da noite o 3º ano do ensino médio, passa o dia ensinando a linguagem Guarani para as crianças nas salas de aula. “Morei em várias aldeias e adquiri conhecimentos que me fizeram dar valor para a cultura indígena, por isso resolvi passar o conhecimento para as crianças da escola”, conta. 

“A cultura depende de nós jovens para ser resgatada. Valorizamos o conhecimento dos mais velhos e passamos para as crianças”, completou. 

MERENDA – Uma das partes mais bem cuidadas do colégio é a nova cozinha e o refeitório. Na antiga sede, a merenda era servida no pátio e os alunos não tinham área coberta para se alimentar. “A estrutura para a alimentação melhorou muito. Temos novos equipamentos, como geladeira, fogão e forno. A cozinha agora é planejada e temos mesas para a refeição”, conta a diretora Alline. 

Com os estímulos aos produtores na agricultura familiar, que já atendem boa parte das escolas em todo estado, há diversificação de produtos para uma alimentação balanceada. 

O Paraná irá investir, só no primeiro semestre deste ano, R$ 17 milhões na compra de alimentos produzidos por agricultores familiares, que serão repassados a entidades que atendam pessoas em vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional, como é o caso da aldeia. 

“Servimos três refeições por dia, e graças aos programas do governo do Estado, em conjunto com a agricultura familiar, temos frutas e verduras todos os dias para melhorar a qualidade da alimentação”, completou Alline. 
 

Fonte: Agência Estadual de Notícias

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