Segunda-feira, 29 de julho de 2013
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O Estado do Paraná já está ofertando na rede pública de saúde dois novos medicamentos para o tratamento contra hepatite C. Os chamados inibidores de protease (boceprevir e telaprevir) são o que há de mais moderno na área e podem zerar a carga viral dos pacientes.
Toda a estratégia de incorporação dos medicamentos foi apresentada nesta sexta-feira (26/07), durante evento sobre o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, realizado em Curitiba.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, disse que para oferecer os novos medicamentos o governo estadual teve que organizar uma rede de retaguarda com nove serviços de referência para cobrir todo o Estado. “Como os dois medicamentos são novos e têm risco de reação adversa, todo o tratamento deve ser acompanhado de perto por profissionais especializados”, destaca.
Nesta primeira fase de implantação da rede, os serviços de referência estarão localizados nas cidades de Curitiba (3), Araucária, Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá, Cascavel e Campo Mourão. Após a primeira fase, a intenção é ampliar o número de serviços garantindo atendimento especializado mais próximo dos pacientes.
Além de centralizar a distribuição de medicamentos, essas unidades prestarão toda a assistência ao paciente durante o período de tratamento, que pode durar até 11 meses. Semanalmente, o paciente deverá comparecer à unidade para receber o medicamento, realizar exames e monitorar o andamento do tratamento.
Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria estadual da Saúde, Cleide Oliveira, os inibidores de protease não substituem os medicamentos Interferon e Ribavirina, já utilizados no tratamento da hepatite C. “É um complemento que potencializa o tratamento. Para fazer o efeito desejado, é preciso que não haja interrupções e todo processo deve ser seguido à risca”, alerta Cleide.
PÚBLICO – Atualmente, estima-se que cerca de 400 paranaenses estejam aptos a receber os novos medicamentos. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, eles só são indicados para pacientes que estejam em estágio avançado da doença, com cirrose hepática, por exemplo.
Segundo Cleide, o processo de solicitação dos medicamentos deve ser protocolado mediante prescrição médica em uma das 22 farmácias do Paraná existentes no Estado. “Criamos uma comissão que avaliará cada processo, verificando se o paciente atende às exigências do Ministério da Saúde. É um cuidado que temos para evitar riscos ao paciente”, explica.
DIAGNÓSTICO – As hepatites virais são doenças que comprometem o funcionamento do fígado e podem evoluir até para o câncer. Com quatro subtipos virais (A, B, C e D), ela se desenvolve de forma lenta e silenciosa, sem a ocorrência de sintomas aparentes.
Atualmente, só existe vacina para a Hepatite B. As doses estão disponíveis nas unidades básicas de saúde desde o nascimento até os 49 anos. Grupos de risco como manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais (civis, militares e rodoviários), doadores de sangue, profissionais do sexo e coletores de lixo domiciliar e hospitalar também podem se vacinar, independente da idade. Para a imunização completa, são necessárias três doses, sendo que a segunda dose deve ser aplicada 30 dias após a primeira e, a terceira, cinco meses após a segunda.
Para as hepatites B e C, a melhor forma de diagnóstico é através dos testes rápidos que detectam a presença do vírus da doença. O teste de triagem é simples e o resultado sai em torno de 30 minutos. Caso o teste dê positivo, a pessoa é encaminhada imediatamente para realizar exames complementares e, posteriormente, ao tratamento. Já para as hepatites A e D, o diagnóstico só é possível através de exames de sangue.
Fonte: Agência de Notícias do Estado