Quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
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As polícias Civil e Militar do Paraná prenderam, até às 15h desta quinta-feira (17), 93 suspeitos durante a megaoperação Alexandria, deflagrada contra integrantes de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios. Destes, 28 foram presos em Curitiba e na Região Metropolitana e outras pessoas 65 no interior do Estado.
Mais de 1.500 policiais estão mobilizados na megaoperação, que visa cumprir 767 mandados de prisão e quatro de busca e apreensão – são 287 mandados em cumprimento nas ruas e 484 dentro das penitenciárias.
A ação acontece em Curitiba e municípios da Região Metropolitana, em mais 72 cidades do interior do Estado e, ainda, em oito unidades prisionais do Paraná. A operação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen).
"Essa operação demonstra que é necessário que a atuação contra o crime organizado, especialmente com relação a essa facção que domina os presídios, seja feita de maneira integrada, passando inicialmente pela rede de informações, pela polícia atuante, pelo nosso sistema de inteligência dentro dos presídios, pela polícia preventiva, que faz o trabalho ostensivo nas ruas e também pela polícia de investigação”, disse o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
“Somente com o trabalho integrado de todas essas áreas é que podemos fazer frente, acompanhar a movimentação e, no momento devido, fazer o combate à facção, o que resulta em um trabalho efetivo de desarticulação dessa quadrilha responsável por muitos crimes no Paraná", explica Mesquita.
Por decisão do Poder Judiciário, 237 telefones foram bloqueados, assim como 28 contas bancárias que, além do bloqueio, terão os valores sequestrados. Também foram presos dois advogados que auxiliavam em atividades ilegais da facção – um em Curitiba e outro em Paranavaí.
Entre os mandados de busca, um deles foi cumprido em um hotel no Centro de Curitiba, local que, de acordo com a polícia, era usado para lavagem de dinheiro da organização criminosa e que continuará sendo alvo de investigações.
A investigação começou em agosto de 2014, no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), depois que os policiais apreenderam diversos cadernos com anotações e detalhes da atuação da facção no Paraná. Cerca de 30 mil ligações foram interceptadas com autorização judicial.
A polícia tem mais de 1.700 horas de conversas dos membros da facção, envolvendo doze estados – Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte. O conteúdo das conversas interceptadas mostra que diversos crimes foram cometidos em benefício da organização criminosa, como tráfico de drogas, roubos de carros e residências, tráfico de armas e homicídios.
Após a conclusão da operação, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária vai passar as informações para o setor de inteligência de cada um dos estados envolvidos para dar continuidade às investigações.
CONCEITO – O nome da operação foi inspirado na Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga Biblioteca de Alexandria, que foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo. Ela existiu até a Idade Média, quando, supostamente, foi destruída por um incêndio cujas causas são controversas. O local continha praticamente todo o saber da Antiguidade.
Fonte: AEN - Agência Estadual de Notícias