Segunda-feira, 29 de março de 2010
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O jovem soldado José Daniel Calvo, de 23 anos, capturado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 20 de abril de 2009, foi recebido por membros da sua família ao desembarcar no aeroporto de Villavicencio neste domingo (28), depois de ser libertado na selva pelo grupo rebelde.
As Farc disseram que o soldado estava sofrendo de uma doença desconhecida e que não podia andar, mas Calvo desceu do helicóptero militar brasileiro andando sozinho e foi abraçado por seu pai e irmã. Usando uma camiseta azul, calças pretas e um par de tênis, Calvo se dirigiu para um hangar do aeroporto sem dar qualquer declaração. Ele saudou a multidão de repórteres levando a mão ao seu coração.
A senadora colombiana da oposição Piedad Córdoba liderou a missão de resgate e disse que Calvo estava emocionado e sentiu tontura durante o voo, que o levou de um ponto não revelado na selva colombiana para a cidade de Villavicencio - capital do Departamento de Meta, cerca de 75 km ao sudoeste de Bogotá. A libertação do soldado foi conduzida por um número não revelado de membros das Farc e "pessoas comuns" que fizeram uma prece, acrescentou Córdoba.
Calvo é o primeiro refém das Farc a ser libertado unilateralmente desde o início de 2009, quando a guerrilha libertou dois políticos, três policiais e um soldado, alguns dos quais passaram mais de seis anos presos na selva. Córdoba disse que as Farc vão libertar outro soldado no início da próxima semana, o sargento Pablo Emilio Moncayo, de 32 anos, que está sob o poder da guerrilha há mais de 12 anos.
O porta-voz da Cruz Vermelha, Adolfo Beteta, disse que o helicóptero militar brasileiro com o símbolo da Cruz Vermelha vai seguir nesta segunda-feira para a cidade de Florencia para se preparar para a próxima missão de resgate, que deverá ocorrer na terça-feira, dia 30.
Depois de libertar Moncayo, senadora Córdoba disse que as Farc pretendem encerrar as libertações unilaterais e reativar sua velha demanda de negociar com o governo a troca de rebeldes presos por 20 militares e políticos que continuam em seu poder. Segundo a senadora colombiana, as Farc lhe disseram hoje que poderão entregar imediatamente os restos mortais de um major da polícia que morreu em cativeiro em 2006, como tinham prometido. Córdoba disse que a guerrilha citou problemas de movimentação.
A missão de resgate de Calvo teve a participação da Cruz Vermelha internacional, da senadora Piedad Córdoba e do monsenhor Leonardo Gómez - representando a Igreja Católica -, que formaram a delegação humanitária. O Brasil cedeu o helicóptero que recolheu o militar em um ponto não revelado da selva colombiana.